sexta-feira, 9 de abril de 2010

Bastardos Inglórios


Vanessa Greff avisou, Vanessa Greff falou... "Tu tem que assistir". Como ela sabe muito bem a cerca de meus gostos, não titubeei ( eh coisa boa usar essa palavra). Fui, digo, trouxe-o até mim, no conforto do meu quarto improvisado na sala da minha irmã.

Bastardos Inglórios, duas ou três semanas depois, ainda ressoa, ecoa, e tudo mais.

Primeiro, o roteiro. Histórias paralelas a cerca da Segunda Grande Guerra, aquela que já rendeu tantos filmes. Mas Bastardos não é um filme de guerra, sendo. É um filme que trata de tantas coisas. De uma fantasia de final de guerra em que o "lado do bem" vence quase que com as armas do "lado negro da força", usando da mesma artilharia, digamos, e se permitindo criar um final fictício que todos nós (pertencentes ao lado do "bem" na maioria das vezes mas com a vontade atávica de usar, como ataque e vingança, as armas do "lado negro da força") sonharíamos, ou seja, pegando o mal intrínseco dentro de nós e botando com tudo pra fora, com a excelente desculpa de prestar um serviço à humanidade. Mas tangiverso, por não conseguir me ater ( ou não saber mesmo) a detalhes mais técnicos, como dizer, por exemplo, que o equilíbrio dos roteiros paralelos ( todos interligados e convergentes até o gran finale) é perfeito; que a atmosfera desse vai e vem te deixa grudado à tela, às falas, às cenas muito bem construídas.

Eu já tinha gostado ( embora meio que de embalo) de Pulp Fiction, mas achava em alguns momentos, gratuito, sem grandes empatias ( para mim), embora aquela embalagem pop-cult-sarcática muito me atraia. Achei Jack Brown meio sem porquê; Cães de Aluguel devo ter visto em momento errado ( a rever agora), e os Kill Bills sensacionais. Mas Bastardos sobe um bom degrau acima, justamente por essa coisa tão fundamental, pra mim, de contar uma puta história e contar muito bem. Com uma tensão presa na boca do estômago todo o tempo.

O elenco? Dos sonhos. Coloque ali o Sr. Jolie, o Brad, fazendo um caricato, violento, cínico e engraçado chefe de um grupo de soldados americanos com o singelo intuito de escaupelar o maior número possível de nazis, na companhia de atores desconhecidos do mainstream, e tá tudo muito excelente. O Tarantino tem disso: cata uns atores fodásticos que (quase) ninguém vê nos filmes e põe eles pra fazer o que sabem fazer, claro, com o plus de dar personagens que um ator de verdade almeja desde sempre. Palmas e o oscar pro Christopher Waltz, perfeito, irretocável, sen-sa-cio-nal como o coronel caçador de judeus escondidos.

Enfim, depois de todos esses adjetivos bombásticos, quero ver de novo. E ah, podem chamar o Tarantino de egocêntrico, referente demais, exagerado, pedante. Ele pode, fez um filme foda. Quantos caras por aí fazendo abacaxis estragados se achando o supra-sumo? Deixa o Taranta se achar. Ele tá com a bola toda mesmo.

Sem mais, agora vou ver Abraços Partidos.

Até mais, Gasparzinhos que (não) me leem.

Um comentário:

Alexandre Conrado disse...

Belo texto, sobre um bom filme. Também uma bela iniciativa esta de manter um blog sobre cinema. Aos "gasparzinhos" de plantão essa menina tem um futuro promissor, leiam seus textos.

Abraço!